Por Marcos Freire em Terça, 10 Dezembro 2024
Categoria: Cidades

População e vereadores de Iúna cobram cumprimento de contrato pela Cesan

A cobrança é de que a empresa começou a cobrar taxa de esgoto, com percentual acima do contrato e sem a conclusão de 100% das obras de saneamento no município 

A contas de água chegaram com uma surpresa, em Iúna, com o início da taxa de tratamento de esgoto no município. No entanto, de acordo com reclamações de populares e denúncias de vereadores, o acréscimo que seria de até 80% nos valores da água teria ficado acima disso, em alguns casos, e a obra realizada na cidade não estaria concluída, com vários problemas sendo denunciados, o que impediria que essa cobrança fosse iniciada, conforme contrato assinado entre a Cesan e a Prefeitura.

Essas denúncias foram destacadas na sessão da Câmara de Iúna realizada na noite desta segunda-feira (9). Dezenas de moradores lotaram o plenário da casa de leis, assustados com o aumento do valor a ser pago em suas contas que, em alguns casos, teria passado de 100%. Contudo, conforme informações de vereadores, o contrato trata de reajustes a partir de 80% a ser cobrado sobre a conta de água, depois da conclusão das obras.

No entanto, esse é outro ponto levantado pelos vereadores durante a sessão. De acordo com todos que se pronunciaram, a obra de implantação do tratamento de esgoto, em Iúna, não foi concluída. Isso porque, conforme vídeos apresentados por eles, a rede de esgoto, na cidade, apresenta diversos problemas, com água de esgoto invadindo e alagando residências, retornando em bueiros no meio da rua, canos vazando próximo à residência e esgoto sendo lançado sem tratamento direto no Rio Pardo. Por isso, ao final da sessão, foi fechada a ideia de ser aberta uma Ação Civil Pública contra a cobrança da taxa, depois da realização de uma audiência aberta à toda população. 

Dentro de casa

O vereador Emmanuel Garcia de Amorim (PSDB) lembrou que a Câmara de Iúna aprovou autorizações para a concessão de áreas públicas para a construção de Estações Elevatórias de Esgoto e Caixas Elevadas, além de ter sido feito o Plano Municipal de Saneamento Básico, visando a implantação dos serviços de tratamento de água e esgotamento sanitário e autorizando a Prefeitura a celebrar convênio com o Governo do Estado. "No entanto, além da taxa super alta que estão cobrando, não estão entregando o serviço como deveria", disse. "Essa casa tem cobrado ações da Cesan para tomar providências sobre o tratamento de esgoto, mas a empresa não responde, o que é um descaso com a população de Iúna", completou.

Já o vereador Edson Márcio de Almeida (PP) mostrou um vídeo de esgoto retornando para dentro da residência de uma cadeirante e outro que apresentava um cano da rede vazando próximo a uma residência, o que piora com a chuva, e deixa a "casa fedendo", afirmando que a moradora abriu protocolo de serviço na Cesan, mas nada foi feito. "Na Avenida Espírito Santo, comerciantes estão perdendo fregueses", contou. "Esse contrato foi assinado na gestão do Coronel (Weliton), começou no Rogério (Cruz) e estamos recebendo fatura agora, mas a Cesan assinou para resolver um problema e não criar outro, porque o esgoto continua caindo no Rio Pardo e quem não tinha esgoto passou a ter dentro de casa", acrescentou, sugerindo a abertura de Ação Civil Pública contra a empresa.

O vereador Emerson da Silva Santos (União) destacou que a taxa só poderia se cobrada com 100% do serviço implantado. E, como advogado, disse que os vereadores precisam do apoio popular e dos segmentos da sociedade, para a abertura da Ação Civil Pública, já que a empresa não responde aos requerimentos da Câmara. "Mas temos que fazer logo, porque vai entrar o recesso forense, para tentarmos conseguir uma liminar, visando a suspensão dessa cobrança", afirmou. "O fato é que o esgoto não está sendo tratado, existem pontos aonde está retornando e, se a Cesan não estiver prestando serviço, não pode cobrar nada", complementou, destacando que as famílias de baixa renda e que estão no Cadastro Único (CadÚnico) têm direito à cobrança especial de água e esgoto, bastando procurar o Cras de Iúna, pegar o espelho do CadÚnico e leva na Cesan para pedir a redução da taxa. 

Audiência

Outro que apresentou vídeo foi o vereador Paulo Henrique Leocádio (Pode), mostrando esgoto ainda sendo jogado direto no Rio Pardo. "Então, a taxa só pode ser cobrada depois de cumprido tudo que está no contrato e, por isso, devemos entrar na Justiça mesmo, porque a Câmara sempre cobrou a Cesan, mas não dão resposta", enfatizou. "A Cesan é um órgão público, então, deve satisfação à sociedade e tem um contrato a cumprir", completou.

Todos os outros vereadores Helton Amorim Cunha (PL), Geovan Furtado dos Reis (PSDB), Jonathan Bonfante Moreira (Pode), Leonardo da Costa Oliveira (PRD), Matheus Fonseca de Sousa (Pode), Valci de Paula Montoni (PSD) e o presidente da Câmara, Vereador Adimilson de Sousa (Pode), ratificaram as palavras de seus colegas.

Eles concordaram que a taxa cobrada é absurda e que a obra não foi concluída, ressaltando que o esgoto continua sendo jogado no rio, diante da falta de providências e respostas da Cesan, afirmando que toda a sociedade precisa se unir para mudar a situação. "Realmente, está uma vergonha e não tivemos resultado em nossas cobranças frente à Cesan, mas juntos, as coisas vão andar", concluiu o presidente da Câmara que marcou uma audiência pública aberta à toda população que irá acontecer no próximo dia 16, no Centro Multiuso (em frente à praça do Ginásio de Esportes de Iúna), às 18 horas.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Cesan, mas até a finalização da matéria, não havia sido enviada uma resposta. Assim que isso acontecer, a matéria será atualizada. 

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