Aves silvestres resgatadas em Alegre precisaram ter patas amputadas por maus tratos
Três aves que foram resgatadas no distrito de Celina apresentavam ferimentos graves, devido a maus tratos, o que impede a reintrodução na natureza
O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) recebeu 20 animais silvestres resgatados pela Polícia Militar Ambiental e pela Secretaria de Meio Ambiente (Semma) de Alegre, na região do Caparaó Capixaba. Cinco desses animais apresentavam sinais evidentes de terem sido mantidos em cativeiro e três deles estavam com ferimentos graves, o que impede o retorno à vida livre em seu ambiente natural.
Conforme avaliação da Coordenação de Fauna (CFAU) do Iema, todos os animais resgatados não têm as condições necessárias para retorno à vida livre, porque apresentam comportamento dócil e permitem facilmente a manipulação por humanos. Logo, deverão ser inseridos no Programa Guardiões da Fauna que acolhe animais silvestres resgatados e impossibilitados de serem reintroduzidos na natureza.
Já sobre o caso dos animais silvestres com ferimentos graves, segundo informações da Semma de Alegre, após uma denúncia sobre aves feridas no distrito de Celina, a equipe da Secretaria se dirigiu à localidade, onde encontraram três maritacas que haviam sido deixadas em um comércio por uma pessoa desconhecida. As aves estavam com cordas amarradas às patas, o que havia provocado necrose severa nos membros.
Amputação
Diante do quadro, os animais foram encaminhados ao Centro Veterinário do Ifes Campus Alegre, onde receberam os primeiros atendimentos. Foi realizada a remoção dos tecidos necrosados e, diante da gravidade dos ferimentos, foi preciso realizar a amputação de uma das patas de cada ave. Além disso, foi feita a administração de antibióticos de longa duração e analgésicos.
O coordenador da CFAU, Cosme Valim, ressalta a importância do trabalho em conjunto dos órgãos envolvidos. "Esse trabalho entre os órgãos ambientais é fundamental para garantir uma resposta rápida e eficaz no resgate e na reabilitação da fauna silvestre", afirma. "Agradecemos à equipe da Semma de Alegre e ao Centro Veterinário do Ifes pelo comprometimento e dedicação no atendimento aos animais, porque são atitudes como essa que fazem toda a diferença na preservação da nossa biodiversidade", completa.
O Iema reforça que manter animais silvestres em cativeiro, sem a devida autorização dos órgãos ambientais, é crime, sujeito a sanções administrativas e criminais — especialmente em casos que envolvam maus tratos. Denúncias sobre casos de animais silvestres em cativeiro e de maus tratos podem ser realizadas presencialmente, no Protocolo Geral do Iema, ou de forma digital, na seção "Denúncias" do site do Instituto.
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