Diante disso, várias reuniões vêm sendo realizadas para tentar encontrar uma solução que não ultrapasse os limites que a lei coloca, já que as pessoas, possuindo ou não alguma dependência química, são cidadãos. Com isso, têm o direito de ir e vir, podendo permanecer em local público, desde que não cometam algum crime. No caso de algum ilícito, a atitude correta é entrar em contato com a Polícia Militar, pelo telefone 190, que atende no que é possível, apesar da falta de contingente necessário.

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No entanto, como levantado por presentes, algumas pessoas têm se limitado a gravar agressões ou outras situações vividas entre aqueles que estão em situação de rua e divulgar em redes sociais, pedindo providências e até fazendo comentários que pregam o uso da violência. "Se alguma coisa está acontecendo, em vez de gravar e colocar na internet, a pessoa deve ligar para a Polícia Militar que vai atender com certeza", disse o vereador Jonathan Bonfante. 

Esse tipo de atitude preocupa a secretária Lusmar Vieira, porque essas pessoas são seres humanos que sofrem de dependência e precisam de tratamento. "Estamos tratando com seres humanos e me preocupa o que as pessoas publicam nas redes sociais, muitas vezes, pregando a violência contra eles, o que – mesmo não sendo concretizado por quem publica – pode incitar alguém a cometer um crime e isso é muito grave", afirmou.

A secretária, profissionais da saúde e assistência social, durante a reunião, colocaram as dificuldades para o atendimento a essas pessoas, diante dos limites da legislação e das ferramentas que podem ser utilizadas pelo poder público. Isso, geralmente, não permite um atendimento efetivo e mais permanente nessa situação. "Aqui no Creas temos como atender, oferecendo um banho, roupas limpas, alimento, mas não podemos acolher em definitivo, porque a estrutura não é para isso e nem temos permissão para fazer esse atendimento", explicou Lusmar Vieira. 

Acolhimento

Diante dessas limites do poder público, representantes da Igreja Católica e Igrejas Evangélicas levantaram a ideia de se unirem e criar uma associação – com a participação de outros segmentos da sociedade, para a implantação de uma casa de acolhimento para essas pessoas. Ideia que recebeu o apoio dos representantes da Secretaria de Assistência Social, Câmara Municipal e profissionais presentes. Desta forma, ficou decidido que será dado andamento à criação dessa organização que contará com o apoio do poder público.

A secretária Lusmar Vieira colocou que é possível a montagem dessa associação, com cada um entendendo seu papel, incluindo a Prefeitura que pode entrar como parceiro para sua manutenção. "O que pudermos fazer, vamos ajudar", afirmou.