Defasada há 50 dias, gasolina tem maior período sem reajuste desde 2019

Defasada há 50 dias, gasolina tem maior período sem reajuste desde 2019

Mercado espera alta não só no preço da gasolina, mas também no diesel, em meio à pressão internacional e ameaças de desabastecimento

Oitenta e dois centavos separam o preço da gasolina vendida pela Petrobras e da gasolina importada de fora do Brasil. Para as distribuidoras, trazer o combustível do exterior está mais caro do que comprar da Petrobras desde 25 de abril, portanto há 50 dias nas contas dos importadores de combustível.

O último reajuste no valor da gasolina foi anunciado no dia 10 de março e passou a valer no dia seguinte. A alta foi de 18,7% exatamente duas semanas depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia, começando um conflito que pressiona o preço do petróleo há meses.

São 95 dias sem mudar o preço. Esse é o período mais longo desde 2019. Tanto em 2021, quanto em 2022, o maior intervalo sem reajustes – para mais ou para menos – tinha sido de 58 dias. Interlocutores do mercado dos combustíveis disseram que todos os elementos apontam para um reajuste iminente.

Entre esses elementos estão a defesa de José Mauro Coelho, atual presidente da companhia, e de seus executivos da manutenção da política de equiparação internacional criada ainda no governo Temer, quando Pedro Parente presidia a estatal.

Além disso, o diesel ficou exatamente os mesmos 50 dias defasado até que o reajuste viesse. Há também uma crescente demanda pelo combustível nos próximos meses, o que é histórico, além da temporada de furacões que pode impactar refinarias americanas e do Caribe.

Também em defasagem, o diesel é visto por agentes do mercado como alvo mais provável de um aumento de preços. É que, embora a defasagem seja mais recente e o preço do combustível já tenha sido aumentado pela Petrobras em maio, há risco de crise mundial do combustível.

O argumento para o aumento de preço é de que as distribuidoras brasileiras não conseguiriam importar o combustível com uma diferença tão grande. Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis, a Abicom, a defasagem chega a 16% do preço do diesel, ou 95 centavos. Na leitura dos especialistas, tanto o preço da gasolina no exterior, quanto do diesel, tendem a subir ainda mais.


Fonte: CNN BRASIL

 

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