Governo do ES aciona plano de contingência após operação no Rio de Janeiro
O plano, formulado pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), foi apresentado nesta quinta-feira (30), e visa identificar possíveis fugas para o Estado
O Governo do Espírito Santo acionou o plano de contingência elaborado, de forma preventiva, para monitorar as atividades de integrantes de facções criminosas, após a Operação Contenção realizada pelas forças policiais do Rio de Janeiro. O plano, formulado pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), foi apresentado nesta quinta-feira (30) pelo governador Renato Casagrande e pelo vice-governador Ricardo Ferraço, coordenador do Programa Estado Presente em Defesa da Vida.
O objetivo é criar um fluxo de informações de inteligência entre todas as agências federais e estaduais. O objetivo é identificar possíveis fugas para o Espírito Santo, tanto de criminosos que atuam no Rio de Janeiro quanto de indivíduos do Estado que estejam escondidos em território fluminense e tenham intenção de retornar.
O governador Renato Casagrande explicou que, desde o ocorrido no Rio de Janeiro, o Governo está avaliando a repercussão e se é necessária alguma retenção. "As nossas agências de inteligência estão integradas, tanto do Governo do Estado quanto do Governo Federal e estamos acompanhando as divisas com a Polícia Rodoviária Federal", disse. É bom destacar que, na verdade, as lideranças criminosas daqui estão migrando para o Rio de Janeiro, pois sabem que aqui são grandes as chances de serem presas", acrescentou.
Sem migração
Casagrande afirmou que, se algum criminoso tentar voltar, será preso. "O Espírito Santo está mostrando o jeito de fazer segurança pública que produz efeito para o cidadão, com inteligência e tecnologia, operações cirúrgicas, prisões de lideranças, além do trabalho social", pontuou o governador.
Até o momento, conforme apontam os levantamentos de todas as agências de inteligência, não há nenhum indicativo de que possa haver migração de criminosos ao Espírito Santo, após a operação realizada nessa terça-feira (28), no Complexo da Maré. Estradas que cortam os municípios de Presidente Kennedy, Mimoso do Sul, Apiacá, Bom Jesus do Norte, São José do Calçado e Guaçuí, que fazem divisa com o Rio de Janeiro, estão com monitoramento reforçado, contando, inclusive, com apoio da Polícia Rodoviária Federal.
Segundo o vice-governador Ricardo Ferraço, o núcleo do Estado Presente está atento aos desdobramentos e mobilizado, "assim que tomamos conhecimento da operação na cidade do Rio de Janeiro". "A integração das forças de segurança permite recebermos informações precisas e estratégicas do que acontece lá, para estruturarmos nossas ações aqui", ressaltou. "Nosso plano de contingência já está em operação, tático e estratégico, e a estrutura de segurança pública do nosso Estado está pronta", completou, colocando que bandidos fogem do Espírito Santo para buscar abrigo em outros estados, "porque sabem que aqui nossas polícias irão alcançá-los e prendê-los".
Território hostil
O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Leonardo Damasceno, destacou que o Espírito Santo é considerado território hostil para os criminosos e a tendência é que não haja nenhum tipo de migração para solo capixaba. "Temos exemplos recentes de líderes de facções criminosas do Estado que resolveram voltar, por algum motivo, do Rio de Janeiro, e foram capturados", afirmou. "Marujo, irmãos Vera, Boca de Lata — alguns chefes que estavam há tempos escondidos no estado vizinho e, quando precisaram vir, em poucos dias estavam na cadeia", enfatizou.
O secretário ressaltou que o governador Casagrande e vice-governador Ricardo Ferraço exigiram um monitoramento profundo para identificar se há qualquer possibilidade de vinda de bandidos para cá. "E, até o momento, não temos esse indicativo. Porém, caso ocorra, estaremos preparados", afirmou.
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