Doutor iunense é destaque em conferência internacional realizada em Londres
Luciano Rodrigues se destacou com sua avaliação sobre a relação da Síndrome de Burnout com o Estresse Oxidativo em profissionais que atuam em UTIs
Natural de Iúna, o professor e doutor do Centro Universitário do Espírito Santo (Unesc), Luciano Rodrigues, representou o Brasil na 5th International Conference on Future of Preventive Medicine and Public Health (5ª Conferência Internacional sobre o futuro da Medicina Preventiva e Saúde Pública) que aconteceu em Londres, capital do Reino Unido. E sua pesquisa de tese de doutorado chamou atenção internacional.
A pesquisa intitulada "Association between Occupational Stress, Markers of Inflammation and Oxidative Stress in Intensive Care Unit Workers: A Cross-Sectional Study" (Associação entre Estresse Ocupacional, Marcadores de Inflamação e Estresse Oxidativo em trabalhadores de Unidade de Cuidado Intensivo: um estudo transversal – na tradução livre em português) foi realizada com profissionais de uniddes terapia intensiva (UTI) de hospitais de Colatina.
Esse estudo valeu o convite de uma empresa canadense, que ficou impressionada com seus artigos científicos, para compartilhar seus conhecimentos no evento internacional, em Londres. Além disso, a organização do evento destacou a relevância de seu estudo e a certificação de reconhecimento do trabalho do professor.
Relação
Na pesquisa, Luciano Rodrigues faz uma avaliação da relação do Estresse Ocupacional, que é a Síndrome de Burnout, com o Estresse Oxidativo, que é um desequilíbrio no nosso corpo, entre a produção de substâncias chamadas radicais livres e a capacidade do organismo de neutralizá-las com antioxidantes. Enquanto a Síndrome de Burnout se atribui a um esgotamento psíquico que reflete no corpo, mente e todos à volta, com três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e diminuição da realização profissional com o trabalho.
A pesquisa coletou sangue, observou marcadores de estresse oxidativo e inflamação, e comparou os resultados com os profissionais de saúde que têm Síndrome de Burnout. Ela foi feita com enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, médicos e técnicos de enfermagem que trabalham em UTIs. E as conclusões do estudo definem que há necessidade de estratégias de ações preventivas para mitigar os efeitos do estresse, ao longo do tempo, como suporte psicológico e gestão da carga de trabalho.
Resultados
E os principais resultados, de forma muito resumida, mostraram que não houve evidências estatísticas, no estudo, de que a Síndrome de Burnout pode ser maior, com relação ao gênero, idade, estado civil e número de filhos. Porém, estudos longitudinais apontam que as mulheres estão mais propensas no desenvolvimento da Síndrome de Burnout, principalmente, enfermeiras e médicas. Além de evidências apontarem que essa síndrome provoca baixo envolvimento profissional com o trabalho em quem tem mais tempo de formado e se manifesta naqueles que possuem mais de um vínculo de trabalho em UTI.
O estudo também mostrou que profissionais que consumiam álcool, pelo menos duas vezes por semana, ou utilizavam estimulantes (cafeína, chá ou refrigerantes) apresentaram níveis elevados de burnout relacionados à exaustão emocional. Um dado muito importante no que diz respeito ao Brasil, já que, culturalmente, neste país, a pessoa tem o hábito de "tomar uma cervejinha para relaxar" (o que não aconteceria), além do tradicional cafezinho, durante o dia.
Fatores e níveis
Além disso, o estudo do Dr. Luciano Rodrigues, mostra que existe uma relação entre o Estresse Oxidativo, principalmente, quanto a gorduras e o baixo envolvimento pessoal no trabalho da Síndrome de Burnout. E que, quanto mais tempo os profissionais trabalham na UTI ou ambientes fechados de hospitais, mais propensos estão ao burnout, pois têm maior exposição a fatores estressantes, levando a prejuízos físicos e mentais.
O estudo aponta, ainda, que enfermeiros e fisioterapeutas apresentam níveis elevados de exaustão emocional, o que pode levar à ansiedade, depressão e insatisfação profissional. E, quanto às alterações fisiológicas, o estresse crônico pode causar desregulação inflamatória e aumento do Estresse Oxidativo, favorecendo doenças cardiovasculares, distúrbios gastrointestinais e fadiga crônica. Nesse caso, a pesquisa identificou que enfermeiros estão mais propensos a isso, dentro do público estudado.
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