Callegari mostra independência política e garante seu nome para o Senado
Deputado anunciou que deixará o PL e inicia nova fase mirando as eleições de 2026
O deputado estadual Wellington Callegari comunicou sua saída do Partido Liberal (PL) e confirmou sua pré-candidatura ao Senado Federal nas eleições de 2026. O anúncio foi feito durante uma live nas redes sociais, marcando um reposicionamento estratégico do parlamentar, que afirma estar determinado a defender com firmeza as pautas cristãs e conservadoras no Congresso Nacional.
Filiado ao PL desde 2020, Callegari decidiu deixar a sigla após discordar da indicação da pré-candidatura de Maguinha Malta, filha do presidente estadual do PL-ES, senador Magno Malta. Com a direção do partido priorizando outro nome para a chapa majoritária, o deputado avaliou que não haveria espaço, nem diálogo para viabilizar seu projeto dentro da legenda.
Apesar da discordância, a saída de Callegari foi classificada como amigável. O deputado agradeceu a Magno Malta pelo respeito e confirmou que a carta de anuência, documento necessário para preservar o mandato em caso de troca partidária, será assinada em comum acordo: "Deixo o PL de cabeça erguida, com gratidão. Mas preciso dar um passo à frente, com liberdade e responsabilidade, para seguir com o projeto em que acredito. Minha candidatura ao Senado está mantida e será conduzida com seriedade e a coerência de sempre", afirmou.
Filiação ao Democracia Cristã:
A futura filiação de Callegari ao Democracia Cristã (DC) foi motivada pelo alinhamento ideológico com a pauta conservadora. Segundo ele, o partido tem uma trajetória marcada pela defesa da família, da vida e dos princípios cristãos, valores que norteiam sua atuação política. O deputado também lembrou que o ex-presidente Jair Bolsonaro já integrou os quadros do DC, antes de migrar para o PL, assim como outros nomes emblemáticos da direita.
O novo momento do partido também influenciou sua decisão: "Estive em São Paulo e fui acolhido por José Maria Eymael, que comandou o Democracia Cristã por vários anos. Agora, o deputado João Caldas (DC-AL) foi eleito presidente nacional e definiu metas ousadas para o partido, inclusive para o Senado Federal. No Espírito Santo, o DC terá uma chapa competitiva e já estamos construindo esse caminho, dialogando com lideranças de todas as regiões do Estado. É um novo momento, com planejamento e nomes promissores dentro do espectro da direita brasileira", destacou.
Bandeiras conservadoras e atuação parlamentar:
Durante o anúncio, Callegari reforçou bandeiras do eleitorado conservador e defendeu a candidatura de Jair Bolsonaro como único projeto nacional de direita. Ele também criticou o ativismo judicial do Supremo Tribunal Federal (STF) e pediu o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, alegando quebra do equilíbrio entre os Poderes.
O deputado voltou a destacar o debate da anistia aos presos do 8 de janeiro, sendo um dos primeiros políticos do país a levantar essa pauta: "No Espírito Santo, encabecei esse tema na tribuna da Assembleia Legislativa. Não há outro caminho para pacificar o Brasil. Já vivemos isso no processo de redemocratização, quando assaltantes de banco, sequestradores e até assassinos foram anistiados sob alegação de motivação política. Vou continuar lutando pela anistia geral dos presos do 8 de janeiro e combatendo a desproporcionalidade jurídica do STF", enfatizou.
Leis aprovadas e atuação no cooperativismo:
A trajetória de Callegari tem se destacado pelo seu perfil ideológico e propositivo. Ele tem importantes leis aprovadas e em vigor no Espírito Santo. Uma delas é a Lei 12.194/24, que garante às gestantes capixabas o direito de escolher a modalidade do parto, normal ou cesárea, representando um marco para os direitos das mulheres: "Tenho orgulho dessa lei. Quem já sofreu violência obstétrica sabe o tamanho do trauma. Graças a Deus e ao empenho de toda a equipe, já temos diversos relatos de mães e bebês que tiveram um parto digno e seguro, amparados pela legislação. Isso me motiva a seguir na vida pública e levar essa pauta para todo o Brasil", afirmou.
Outra iniciativa de destaque é a Lei 469/25, conhecida como "SOS Educação", que protege os profissionais da educação contra a violência escolar, responsabilizando agressores e casos de omissão por parte de pais, responsáveis e gestores públicos: "Sou professor e conheço essa realidade de perto. Quem já enfrenta um salário defasado e condições precárias de trabalho não pode continuar exposto a ambientes violentos. Nossa lei cria um escudo de proteção legal para professores e demais profissionais da educação", explicou.
Além disso, o parlamentar tem percorrido o Estado promovendo o fortalecimento do modelo cooperativista, por meio da Comissão de Cooperativismo da Assembleia Legislativa, da qual é presidente. Ele realiza encontros com empreendedores do setor em diversas regiões, reforçando o compromisso com o desenvolvimento regional e econômico do Espírito Santo.
Disputa acirrada ao Senado:
Com a confirmação da pré-candidatura, Wellington Callegari entra oficialmente na corrida por uma das duas vagas ao Senado Federal em 2026. O cenário capixaba promete forte disputa, com possíveis adversários como Fabiano Contarato (PT), Maguinha Malta (PL), Marcos do Val (Podemos), entre outros.
A movimentação de Callegari demonstra não apenas independência política, mas também disposição para enfrentar uma campanha complexa sem o suporte tradicional das grandes estruturas partidárias: "Minha missão é representar o Espírito Santo com coragem e fidelidade aos valores em que acredito. Vou ao Senado para defender a liberdade, a família e a vida. Sou servidor público de carreira e nunca precisei de cargos comissionados nem negociei uma vírgula do meu caráter político. Essa eleição será de consciência e de perfil. Acredito que há espaço para a construção do meu nome", concluiu.
Fonte: Assessoria
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