O Juiz da 44ª Zona Eleitoral do ES, Evandro Coelho de Lima, expediu mandado de busca e apreensão, cumprido por oficial de justiça na manhã de hoje (08/02) na sede da Prefeitura Municipal de Dores do Rio Preto e nas secretarias de Assistência Social, Obras e Administração e Finanças.

O mandado, expedido dia 28/01, teve como requerente do processo a coligação "Respeito e Igualdade com Todos", formada pelos partidos Republicanos, DEM, PSDB e Patriota. Os requeridos foram o prefeito Cleudenir José de Carvalho Neto e secretários Alessandra da Paz Siqueira Carvalho (Assistência Social), Jorge Luiz Nacari (Administração e Finanças), Ailson José Silva (Obras) e Gilmar Trindade da Silva (Agricultura).



Acusação

Na peça, narram os autores do pedido que, durante o último período eleitoral, servidores da Prefeitura Municipal teriam distribuído cestas básicas e colchões a mando do prefeito e então candidato à reeleição Ninho, em troca de votos.

Segundo os requerentes, no caso de distribuição de colchões e materiais de construção não existiria nada que pudesse respaldar estas entregas, conforme se poderia verificar em vídeos e imagens, "dando a impressão de que todos os cidadãos que moram na cidade receberam os objetos que foram entregues pelo Secretário Municipal de Agricultura".

Quanto às cestas básicas, os autores do pedido afirmaram que a distribuição teria sido coordenada pela Secretária de Assistência Social e esposa do prefeito, que se incumbiria de procurar as famílias e eleitores nas vésperas das visitas dos candidatos a determinado bairro ou distrito.

Na peça, o juiz determinou busca e apreensão de aparelhos eletrônicos como telefones celulares, tablets e computadores de mesa ou portáteis de Alessandra da Paz, para fins de perícia de seus conteúdos, a fim de averiguar a existência de mensagens escritas, vídeos ou áudios e/ou documentos que comprovem a distribuição de cestas básicas e colchões; de Ailson José da Silva para averiguar dados que comprovem a distribuição ilegal de telhas; e de Jorge Luiz Nacari para averiguar dados que comprovem tratos e acordos realizados para aquisição de insumos para distribuição a eleitores.

Os objetos apreendidos, caso não constituam produto ou instrumento de crime ou não interessem ao caso, deverão ser restituídos a cada proprietário no prazo máximo de quinze dias da apreensão.



O prefeito explica

De acordo com o prefeito Ninho, as 12 mil telhas foram doadas aos moradores do distrito de Mundo Novo após uma chuva de granizo que destelhou diversas casas. "Tudo tem relatório. Antes de fazermos qualquer movimento, a Defesa Civil do Espírito Santo ajudou com 75 mil reais para que as telhas fossem doadas à população. O município de Dores do Rio Preto entrou com o restante do dinheiro. Antes de fazer qualquer dessas entregas, eu pessoalmente procurei o Ministério Público Eleitoral, enviamos ofício ao Juiz Eleitoral, decretamos Estado de Emergência em Mundo Novo, onde as pessoas não tinham como cobrir suas casas. Então, a coligação que disputou as eleições conosco entrou com representação e hoje vieram ver se a gente doou telhas irregularmente, o que a gente tem certeza de que não aconteceu", ressalta o prefeito.

Sobre colchões, ele explica. "Os únicos colchões que foram doados, foram para os desabrigados pelas chuvas, colchões esses que foram trazidos pela Defesa Civil do ES. O município de Dores do Rio Preto não comprou. Foram entregues também travesseiro e colcha".

Já sobre as cestas básicas, Ninho destaca que há um programa no município e quem faz a entrega das cestas é a equipe da Assistência Social, sem interferência nenhuma do prefeito. "Eu nunca pedi para fazer algo para certa pessoa, tem uma equipe para ver se ela tem necessidade".

Confira na íntegra os comentários do prefeito sobre o mandado e o processo para o portal A Notícia: