O julgamento de um crime que abalou a comunidade de Ibitirama, não vai acontecer na comarca de origem do caso. Conforme autorização do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), o júri popular do ex-vice-prefeito do município, Célio Martins Morales, será realizado em Cachoeiro de Itapemirim, em data a ser marcada. Ele é acusado de ter matado a esposa, Vanuza Spala de Almeida, de 41 anos, no dia 9 de abril de 2023.

Na justificativa para a mudança de local, está o fato de que o réu possui alguma influência política, sendo muito conhecido por e ter ocupado cargos eletivos no município. Isso poderia exercer alguma influência no Conselho de Sentença e comprometer a isenção do julgamento, segundo o Poder Judiciário.

Célio Martins Morales foi preso pela Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia de Polícia Ibitirama, no dia 19 de abril de 2023. Ele é investigado por feminicídio, acusado de matar a esposa, Vanuza Spala de Almeida, na madrugada do dia 9 do mesmo mês e ano, na zona rural do município. A confirmação do júri popular aconteceu em maio deste ano.

O caso

No dia dos fatos, quando foi acionada, a Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), tomou conhecimento que uma mulher havia dado entrada no hospital de Ibitirama já em óbito, com um ferimento por disparo de arma de fogo no peito. A vítima havia sido encontrada caída dentro do banheiro, próximo ao vaso sanitário, com uma arma de fogo ao seu lado.

O ex-vice-prefeito contou aos policiais militares, naquele momento, que ela teria dito que ia tomar banho e, depois de entrar no banheiro, teria cometido suicídio. Ele acompanhou a equipe de resgate até o hospital, mas sumiu do local em seguida. Enquanto isso, os policiais voltaram a residência que parecia ter sido limpa.

Prisão

Com o andamento das investigações da Polícia Civil de Ibitirama, foi descartada a possibilidade de suicídio e chegou-se à conclusão que se tratava de um feminicídio, já que o laudo pericial apontou que não houve tiro à curta distância, entre outros indícios. E, no dia seguinte ao crime, no dia 10, Célio Morales se apresentou na delegacia acompanhado de um advogado, mas permaneceu em silêncio.

Diante das provas levantadas, o delegado da época, Tiago Dornelles, pediu a prisão preventiva do investigado. E, no dia 19 de abril daquele ano, o ex-vice-prefeito se apresentou, mais uma vez junto com um advogado. Foi, então, dado cumprimento ao mandado de prisão e, depois, ele foi indiciado por homicídio qualificado contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio).